Guia Turístico do Espaço
O QUE É | Com a largada dos primeiros voos turísticos comerciais no espaço, prevista para 2015, surge um novo posto de trabalho, o de guia espacial. Ele precisará ter noções de segurança em órbita e também de entretenimento, capacidade de comunicação, além de ser um bom contador de histórias, como os guias tradicionais.
POR QUE VAI BOMBAR | A proposta da empresa Virgin Galactic é de se tornar a primeira linha aérea comercial a levar passageiros para o espaço ao custo de US$ 100 mil por 2 horas de entretenimento espacial. A companhia já tem seus primeiros voos em baixas órbitas previstos para 2015 e pelo menos 450 nomes na lista de espera. A Space Adventures, agência que, em parceria com a Nasa, já levou 7 turistas para o espaço, estima que por volta de 2020 aproximadamente 140 pessoas já terão entrado em órbita ao menos uma vez.
QUANDO VAI ROLAR | Os primeiros voos vão durar no máximo duas horas. Só daqui alguns anos é que os voos vão mesmo se estender para órbitas mais distantes, até bases na Lua ou outros planetas. O salário será a partir dos US$ 65 mil por ano.
COMO SE PREPARAR | Os interessados devem ter conhecimentos de cosmologia, astronomia, ciências espaciais, geografia, história e geologia. A empresa russa Country of Tourism oferece um treinamento de 10 dias no Centro Gagarin que dá uma base de conhecimentos espaciais para que os interessados decidam qual rumo tomar.
Lixólogo
O QUE É | O lixólogo, também chamado gestor de resíduos, será o profissional especializado em propor soluções para os detritos do meio urbano, não só das empresas, transformando-os em fontes energéticas que gerem gás e outras formas limpas de energia.
POR QUE VAI BOMBAR | Só para se ter uma ideia, o volume de lixo produzido no mundo aumentou três vezes mais do que a população nos últimos 30 anos. Além disso, o aumento da qualidade de vida implica em consumo maior e aumento da montanha de lixo no planeta. Os salários para o gestor de resíduos nas empresas ficam entre R$ 10 mil e R$ 14 mil.
QUANDO VAI ROLAR | Pelo aumento de produção de lixo no mundo, a solução é para ontem. Já existem cursos na área de gerenciamento de resíduos e energia limpa no Brasil — os formados costumam ser contratados por empresas que precisam cuidar de seus detritos. O mercado em indústrias químicas e de saneamento também tende a se expandir.
COMO SE PREPARAR | Já existem cursos de pós-graduação para gestão de resíduos, mas ainda não temos no Brasil cursos de graduação na área. O caminho mais fácil para quem quer trabalhar como lixólogo é a graduação em engenharia ambiental ou química e uma especialização nos cursos de pós-graduação focada em gestão de resíduos.
Fazendeiro Vertical
O QUE É | As fazendas verticais serão edifícios urbanos destinados à produção de hortifrutigranjeiros e os fazendeiros do futuro irão misturar planejamento urbano com agronomia. “Um prédio de 30 andares poderá produzir alimentos para cerca de 10 mil pessoas por mês e comportar também animais de pequeno e médio porte”, diz o arquiteto Rafael Grinberg Costa, que está trabalhando no projeto de revitalização de edifícios abandonados em São Paulo. “Poderemos comer alimentos mais saudáveis e dos quais sabemos exatamente a procedência.”
POR QUE VAI BOMBAR | Alimentar a população de quase 9,1 bilhões de habitantes, prevista para os próximos 40 anos, será insustentável. Isso vai representar cerca de 1 bilhão de hectares de terra a mais para o cultivo de alimentos, segundo a ONU. “Além dos problemas de devastação e contaminação do solo, o transporte de alimentos até a cidade representa um grande problema”, diz Jean Ometto, pesquisador do Inpe.
QUANDO VAI ROLAR | Segundo o centro de pesquisas britânico Fast Future, as fazendas verticais serão realidade já em 2015. No Brasil, onde não faltam terras para cultivo, o projeto tende a levar mais tempo a ser implantado.
COMO SE PREPARAR | Não há um curso específico para se tornar fazendeiro vertical, mas será necessária uma forte base em agronomia, conhecimentos de engenharia, arquitetura e urbanismo, todos cursos já existentes no Brasil.
Fiscal de mudanças climáticas
O QUE É | Na previsão dos futurólogos, até o clima será espaço para disputas políticas. É aí que entra o fiscal de alterações climáticas, que irá monitorar empresas ou órgãos governamentais que tiverem permissão para fazer alterações meteorológicas. Seria também função dele conceder licenças para intervenções nos padrões climáticos e evitar ataques terroristas químicos na atmosfera, por exemplo.
POR QUE VAI APARECER | “Esse tipo de prática nem poderá ter efeitos ambientais nocivos”, diz Jean Ometto, pesquisador do Inpe, sobre a necessidade de se acompanhar as intervenções ambientais.
QUANDO VAI ROLAR | Segundo a Fast Future, os primeiros da área devem aparecer por volta de 2020. Tudo depende do futuro climático. Mas na China já existem camponeses recrutados pelo governo para ajudar a produzir chuvas em áreas secas.
COMO SE PREPARAR | Profissão que está apenas na previsões, os fiscais ainda não chegaram aos meios acadêmicos. Um ponto de partida seriam cursos de meteorologia ou gestão ambiental, mais noções de legislação na área.
Perito Forense Digital
O QUE É | Uma mistura de geek com Sherlock Holmes, o perito busca evidências digitais diante das acusações de ataques a servidores e contas bancárias, roubo de dados, pedofilia e outros crimes na rede. Os peritos também se ocupam de encontrar provas para crimes offline. “Eles deixam vestígios mais rápido na internet que fora dela”, diz o especialista em direito digital, Eduardo Kruel.
POR QUE VAI BOMBAR | Só no Brasil, são registrados 77 mil crimes cibernéticos por dia, segundo pesquisa da Norton. O país tem 40 milhões de usuários de internet, a oitava população cibernética do mundo, segundo a consultoria comScore. “A área está só começando no Brasil, são poucos os profissionais realmente gabaritados”, diz o perito federal criminal Pedro Eleutério, autor do livro Desvendando a Computação Forense.
QUANDO VAI ROLAR | A profissão já existe, mas vai crescer com o aumento do uso de serviços de e-commerce, transações bancárias virtuais e o alcance da rede de computadores no país. Os concursos da Polícia Federal para preenchimento dos cargos de peritos digitais ficam em torno dos 100 candidatos por vaga. Exigem curso superior em ciência da computação e os salários podem chegar aos R$ 14 mil.
COMO SE PREPARAR | Até bem pouco tempo, os peritos digitais eram quase autodidatas que manjavam de sistemas de computação. Hoje, o ramo está se especializando cada vez mais. O perito tem mesmo que ser um geek, mas também ter uma boa base de direito. Além dos cursos profissionalizantes, a profissão já tem respaldo no meio acadêmico também. A FIAP e a Universidade Anhembi Morumbi, por exemplo, têm seus cursos de pós-graduação em gestão de segurança da informação. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também já tem um núcleo de estudos em segurança digital.
Consultor de bem-estar na velhice
O QUE É | Profissional da área de saúde disposto a construir pontes entre os pacientes da 3ª idade e os serviços que podem trazer a eles melhor qualidade de vida. Os cuidados envolvem o contato com médicos, questões de moradia, treinamento esportivo e até de aconselhamento financeiro.
POR QUE VAI BOMBAR | De acordo com projeções da ONU, idosos serão 19% da população em 2050. Por isso, novas doenças crônicas surgem, aumenta o uso de medicamentos e exames. A telemedicina, a transmissão digital de informações médicas, vai possibillitar gerenciar à distância a saúde do paciente e dar melhor atendimento aos idosos. Para Chao Lung Wen, presidente do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde, esses estrategistas irão também acompanhar deficientes físicos.
QUANDO VAI ROLAR | Na Europa, esse profissional já é uma realidade e a tendência deve aparecer por aqui em alguns anos, já que a população idosa aumenta. O consultor de bem-estar pode atuar como autônomo ou ser um associado dos sistemas de saúde.
COMO SE PREPARAR? | É mais um articulador, por isso sua formação pode ser em qualquer ramo da saúde. O importante é que ele tenha conhecimentos das outras áreas. A Faculdade de Medicina da USP já estuda criar um curso de pós-graduação com esse fim.
Nanomédico
O QUE É | Vai ser o profissional responsável pela utilização de nanorrobôs e nanopartículas para curar, diagnosticar e prevenir doenças. Poderão atuar em pesquisas, atendimento em consultórios e diagnósticos.
POR QUE VAI BOMBAR | A nanomedicina vai desde a reparação de tecidos até as práticas de terapia genética. “É uma das grandes áreas do futuro: aumenta a efetividade da cura e aproveita melhor os recursos de saúde”, diz Chao Lung Wen, presidente do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde.
QUANDO VAI ROLAR | Só entraremos em contato com os primeiros nanomédicos por volta de 2025. Mesmo assim, estudos avançam na área. Cientistas da Universidade da Califórnia já estão utilizando técnicas de nanotecnologia para construir “navios cargueiros” de nanômetros que flutuam pela corrente sanguínea a fim de identificar tipos de câncer. A complexidade da formação a coloca entre as profissões mais bem pagas do futuro, segundo a Fast Future.
COMO SE PREPARAR | Será necessário entender de química, biologia, robótica e medicina, claro. No Brasil já se pesquisa a aplicação da nanotecnologia na área médica, mas cursos de graduação ainda estão longe de acontecer. A Universidade de Londres tem um centro de estudos no assunto.
Bioinformacionista
O QUE É | É o profissional que vai casar informação genética com o desenvolvimento de drogas e técnicas clínicas. Será o responsável também por mapeamentos genéticos para a prevenção de doenças. Mas o uso da bioinformação tem limites mais amplos. A professora da Faculdade de Medicina da USP, Gilka Gattás, por exemplo, usou recursos da área para coordenar um projeto de localização de desaparecidos cruzando amostras de DNA.
POR QUE VAI BOMBAR | Além da identificação precoce de doenças, o bioinformacionista pode cuidar do sequenciamento genético de plantas para empresas de alimentos transgênicos.
QUANDO VAI ROLAR | Hoje os profissionais estão concentrados no universo acadêmico. De acordo com o ProFuturo, núcleo de estudos da FIA, por volta de 2020 eles serão comuns em hospitais e em clínicas de diagnóstico. Terão ainda um papel na indústria farmacêutica, já que os medicamentos serão feitos de acordo com os genes do paciente.
COMO SE PREPARAR | No Brasil, os estudos estão restritos aos cursos de pós-graduação. A profissão mistura área biológica — medicina, bioquímica, biologia molecular —, e de exatas, especificamente ciências da computação. “O profissional ligado à área digital de sequenciamento de genoma tende a vir dos cursos de ciências da computação”, diz João Batista do Espírito Santo, coordenador do curso de Ciências de Computação da USP.
Modelador de órgãos humanos
O QUE É | Por conta dos avanços na área de biotecidos, robótica e polímeros, já começa a ser possível a criação de órgãos para reposição ou membros de alta performance. O público iria de atletas do futuro a soldados mutilados em combates.
POR QUE VAI BOMBAR | A aplicação da modelagem e reconstrução de órgãos é abrangente: vai da criação de pele artificial para queimados ou para pesquisas na indústria farmacêutica à construção de órgãos mais complexos para transplantes. No Brasil, são quase 70 mil pessoas na fila de espera para receber órgãos novos. A possibilidade de construí-los em laboratórios mudaria esse quadro e poderia resolver deficiências físicas.
QUANDO VAI ROLAR | Os primeiros avanços para a formação deste profissional estão previstos para 2020. Por enquanto, alguns pesquisadores em universidades e centros de estudos se dedicam a essa área, mas ainda produzem em pequena escala. Por aqui, o pesquisador Marcus Castro Ferreira, da Faculdade de Medicina da USP, estuda o desenvolvimento de peles artificiais in vitro. E um laboratório alemão que começou a produzir tecido cutâneo para pesquisa na indústria farmacêutica e para transplantes tem planos de instalar uma filial no país.
COMO SE PREPARAR | No Brasil não existe ainda um curso de graduação específico na área. Mas o futuro modelador de órgãos humanos poderá atuar em diferentes áreas. Ele pode desenvolver, por exemplo, seu trabalho em ciências da computação. Assim ficaria responsável pelos projetos de modelagem de órgãos que envolvessem mapeamentos genéticos. Ou poderia atuar em projetos e simulações de tecidos. Esse profissional pode ainda atuar na área médica e trabalhar com desenvolvimento clínico — é ele quem vai garantir a integração do novo tecido ao organismo receptor. O ideal seria um profissional com base forte nessas duas áreas. No Brasil, existem cursos de pós-graduação na área de biomodelagem de tecidos, mas é importante completar essa formação com conhecimentos em tecnologia para os processos de modelagem virtual